Astronauta chinesa faz no Espaço o que professor brasileiro deveria fazer nas escolas
Ciência, Comportamento, Comunicações, Cultura, Engenharia, Exploração espacial, Física, História, Informática, Internet, Mídia, Tecnologia
Tags: astronautica, divulgação científica, educação, ensino, espaço, foguetes, leis de newton, professores, universo, vídeos
![](http://ceticismo.net/wp-content/uploads/2013/wang-yaping.jpg)
Wang Yaping nasceu em 27 de janeiro de 1980 (se bem que há controvérsias nessa data), na cidade de Yantai, na província de Shandong, na China. Ela é piloto da Força Aérea da China, com a patente de capitão, treinada para mandar bala nos imperialistas. Como a China é um país comunista que adora capitalistas (obrigado por existir, Deal Extreme), Wang foi recrutada para o projeto espacial, se tornando uma astronauta. Aliás, há algum nome afrescalhado para "astronauta" na China, já que na Rússia são chamados de "cosmonautas"? Wang só não foi a primeira astronauta feminina da China pois Liu Yang tinha melhores conexões com o Partidão e acabou sendo a primeira onde qualquer posição que você tenha não importa, o que importa é ficar no topo de uma bomba movida a hidrazina com combustão controlada. Algo que costumam chamar de "foguete".
(curta reflexão: Wang Yaping parece ser como José da Silva. Olhem só quantos! Se bem que estamos falando da China, é claro.)
Na quinta-feira passada (20/06) Wang deu aula de Ciências a bordo da nave espacial Shenzhou X, que foi retransmitida ao vivo. Número de seu público? 60 milhões de crianças, oque deve ser um único colégio na China. É a primeira vez que a China fez este tipo de atividade no espaço.
Marcos Pontes fez o que, mesmo?
Imaginem só a magia: você dando aula de Física básica para milhões de estudantes de seu país… e para o mundo. Nossas fronteiras deixaram de existir, o Espaço é a fronteira final. Nossos sistemas de comunicações destruíram muros e fronteiras criadas aleatoriamente. Podemos ver cientistas a muitos quilômetros de nós, na vertical, nos ensinando coisas básicas que deveríamos aprender nos colégios. Isto é muito importante, pois aí aprenderíamos, ao contrário do pessoal do Terra, que no espaço não existe gravidade zero e sim microgravidade (ou, mais corretamente, imponderabilidade), e as coisas não flutuam lá (jornalistas do Terra: vocês deveriam ter prestado atenção na professora Wang, para não escrever besteiras).
Como? Ficou com vontade de assistir a aula de Wang sobre pêndulos, gravidade, giroscópios etc? Do alto de meus poderes, eu vos dou… o YOUTUBE!
Marcos Pontes fez o que, mesmo?
No Brasil, não temos o hábito de dar aula de Ciência e sim de alguns fatos isolados e com pouca relevância enquanto fatos isolados. Ciência é feita de fatos, como uma casa é feita de tijolos. Mas um punhado de tijolos não é uma casa, assim como um punhado de fatos não é Ciência. Infelizmente, quem decide o que professores de Ciências lecionarão não é professor de Ciência e sim aquela ralé que não faz sequer ideia do que é Método Científico. Nem falo nada sobre Ensino Médio, pois sabemos que Ensino Médio no Brasil é para adestrar alunos a prestar vestibular, ou nem isso se levarmos encontra o ensino público.
Não vejo, tampouco, cientistas doando um pouco de seu tempo para trazer um pouco de seu trabalho para crianças e jovens em geral. Ficamos à mercê de colunas de ciência nos jornais naquele nível que eu vivo "elogiando" ou então o Gleiser falando besteira sobre Evolução. Quando foi que um pesquisador na Antártida falou com algum colégio? Temos internet, Skype etc. Qual é o problema?
A verdade é que muitos "cientistas" não entendem que, sim, eles devem suas pesquisas à população, pois os financiamentos do CNPq não são dados pela Fada Madrinha. E mesmo que viesse da inciativa privada, a função do cientista é não só angariar conhecimento, mas fazer com que este conhecimento chegue até a população, ou então ainda estaríamos comendo carne crua, pois o fogo é importante demais para sair dos laboratórios.
Wang Yaping encantou os meus olhos com seus experimentos, pois despertou minha curiosidade infantil. A curiosidade de saber como é viver no Espaço, sem ter que ficar imaginando através de histórias em quadrinhos ou filmes de ficção, com todos os erros e exageros característicos. Enquanto isso, o Marcos Pontes fez… nada, lamento, mas nada!
A capitã Wang Yaping não ficou afastada a quilômetros das pessoas aqui, sentada num trono inexistente em pleno Universo. Ela trouxe o Universo até nós, e isso faz toda a diferença.
Link:
Nenhum comentário:
Postar um comentário