terça-feira, 18 de junho de 2013

Líder de policiais diz que militares protestarão no Castelão de máscara

Gustavo Franceschini
Do UOL, em Fortaleza
    Presidente da Aprospec (Associação de Profissionais de Segurança Pública do Estado de Ceará), o capitão Wagner Gomes diz que policiais militares protestarão contra a Copa do Mundo na próxima quarta, diante do Castelão, de máscaras. O artifício será usado pelos oficiais para evitar futuras represálias por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
    "Acredito que muitos policiais vão [à manifestação], mas como o militarismo não permite, eles devem ir com máscaras para não mostrar os rostos", disse Wagner Gomes.
    Vereador em Fortaleza, o capitão Wagner, como é conhecido, revelou a participação da Aprospec em entrevista à Folha de S. Paulo. O evento em questão vai acontecer a partir das 10h desta quarta, em Fortaleza, e terá como alvo os gastos em grandes eventos como a Copa das Confederações.
    A passeata promete atribular o ambiente cearense nas horas que antecederão o jogo entre Brasil e México, que ocorrerá no Castelão, pela segunda rodada do torneio. Wagner espera que policiais civis, bombeiros e outros afiliados à Aprospec também compareçam, à paisana, à manifestação.
    Atualmente, a entidade vive em disputa política intensa com a Secretaria de Segurança Pública. Em janeiro desse ano, segundo a Aprospec, dez policiais foram demitidos e outros 30 foram punidos com dez dias de prisão por terem participado de uma reunião do sindicato.
    "Em janeiro de 2012, a gente cessou uma paralisação com um acordo. Ele tinha oito pontos, e em janeiro deste anos. apenas três haviam sido atendidos. Nessa reunião ninguém falou em greve. Só foi prestar contas à categoria sobre o que estava acontecendo com relação ao acordo. E depois teve essa retaliação", explica Wagner.
    A manifestação desta quarta será a terceira da cidade e, provavelmente, a maior delas. Em nenhuma delas, até agora, houve confronto entre policiais e manifestantes. Mesmo assim, há uma recomendação para que não haja tumulto entre oficiais que estarão em serviço e aqueles que estão protestando.
    "Só vai policial que está de folga. A gente não está chamando pessoal de serviço. A gente está orientando o pessoal a não ir armado para evitar qualquer tipo de confronto. Acho que a possibilidade disso acontecer é bem remota", disse Wagner.

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