domingo, 23 de junho de 2013

POR QUE O GOVERNO DO PT ESTÁ DERRETENDO?

A base de Dilma Rousseff no Congresso é ampla - ao menos numericamente. Mas se o governador pernambucano, Eduardo Campos, lançar sua candidatura à presidência, abrirá uma alternativa para partidos aliados que, ao mesmo  tempo em que estão insatisfeitos com a presidente, não pretendem se aliar ao oposicionista Aécio Neves. O PSB de campos, hoje aliado da presidente, é tradicional aliado do PT. Por isso, uma ruptura significaria uma perda relevante para a candidatura de Dilma. Parte do impacto seria medida nos palanques estaduais. Em Santa Catarina, por exemplo, lideranças do PSD já declararam apoio a Campos - e não à presidente, como pretende o comando nacional do partido. (Fotos do site da revista Veja)
A presidente Dilma Rousseff se elegeu sem ter jamais disputado uma eleição, manteve a popularidade a despeito de seguidos escândalos de corrupção e demonstrações de ineficiência administrativa. Agora, no 30º mês de governo, um elemento novo passou a afetar diretamente o seu apoio entre a população: a inflação. Dos temas que levam alguém a decidir se dá ou não sua confiança a um político, a economia costuma ser o número um. E dentre os temas econômicos, a inflação está entre os que mais diretamente influenciam a avaliação de um governo.

Pesquisa divulgada na última semana pelo Instituto Datafolha mostra que a avaliação do governo piorou: a aprovação caiu de 65% para 57% em três meses. E que, no cenário eleitoral de 2014, a vantagem de Dilma Rousseff não é incontestável. Isso está longe de significar um cenário apocalíptico. Dilma ainda desfruta de índices de aprovação superiores aos dos dois antecessores no mesmo período do governo. Ela também tem ampla vantagem na intenção de voto. Mas o cenário de incertezas na economia e a ausência de perspectiva de grandes realizações nos próximos meses tornam o cenário nebuloso. Além disso, na eleição de 2014 Dilma deve ter três adversários competitivos: Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, tem potencial para tirar votos da petista no Nordeste. Marina Silva (Rede) é popular em grandes centros urbanos. E o senador Aécio Neves (PSDB) é o favorito para levar os dois maiores colégios eleitorais do país, Minas Gerais e São Paulo.

Economia se torna mico de governo - Desde que assumiu o poder, em 2011, Dilma, graduada em Economia, não conseguiu colher os louros de um crescimento robusto, tal como seu antecessor. O melhor desempenho registrado até o momento foi em seu primeiro ano de mandato, quando o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 2,7% - número considerado decepcionante à época. De lá para cá, a cada divulgação do PIB, surge uma nova frustração. No ano passado, o crescimento não passou de 0,9%. E, dado o ‘pibinho’ do primeiro trimestre de 2013 (avanço de 0,6%), as expectativas para o acumulado deste ano não são as mais animadoras.
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O problema, que vem sendo apontado desde 2010, último ano do governo Lula, e negligenciado pelo governo Dilma, só ganhou importância no seio do Palácio do Planalto depois que uma emblemática escalada no preço do tomate devolveu a inflação ao repertório de assuntos das famílias, no primeiro trimestre deste ano. “A inflação está trazendo desconforto para a população”, diz o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. “Esse é um flagelo que a sociedade brasileira não tolera mais.”

Contudo, a subida de juros – remédio necessário para conter a inflação, mas impopular porque afeta diretamente o consumo – veio em momento tardio. Conforme argumentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em evento nesta semana, apenas a subida da Selic não será suficiente para deter o avanço do IPCA. “É preciso um ajuste fiscal”, disse FHC. Para o economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o remédio tardio terá de vir em doses mais fortes - e nocivas politicamente. “A alta da Selic para 9,0% ou 9,25% até o final do ano não vai mexer na inflação. O governo não fez a lição de casa”, diz. Leia TUDO AQUI
Fonte: Blog Alozio Amorim 2013

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