segunda-feira, 24 de junho de 2013

O Príncípio do Fim

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luís Mauro Ferreira Gomes

Há muito tempo, alertamos nossos leitores de que caminhamos para uma ditadura de esquerda, sem possibilidade de saída institucional. Esse fatalismo se deve a que o grupo que se apoderou do poder conseguiu desmoralizar e submeter, pela cooptação, pela coação ou pelo suborno, todas as instituições que poderiam e deveriam inibir a trajetória criminosa que nos pretendem impor. Se alguém duvida dessas intenções, basta uma pesquisa nos “sites” do partido do governo e das instituições que o apoiam, para ver que querem, sim, consolidar o regime ditatorial com qual sonham desde muito antes de 1935.

É nesse contexto que se insere o ataque furioso às Forças Armadas, única instituição que consideram ainda poder abortar tal projeto, já em tão avançado estado de gestação. Tornou-se indispensável mantê-las acuadas, desprestigiadas, preocupadas apenas com a própria sobrevivência, incapazes atender aos apelos da Nação, se ou quando viessem a acontecer.

Também, dissemos que a alternativa para esse cenário seria um regime autoritário em oposição à ditadura sinistra, porque o grupo radical dominante não aceitaria ser apeado do poder em nenhuma das duas condições em que isso poderia ocorrer: deposição, caso o governo perdesse o controle sobre o Estado, ou derrota eleitoral pelo agravamento da crise político-econômica. Em qualquer das hipóteses, alegariam ser vítimas de golpe de estado e convulsionariam o País de tal modo, interna e externamente, que os sucessores teriam de munir-se de poderes discricionários para garantir a governabilidade.

Muitos poderiam pensar que seria muito difícil o governo brasileiro perder o controle sobre o Estado ou ser derrotado em eleições, em virtude da estrutura que criou, cujos tentáculos se infiltram por todas as Instituições e as controlam. Contestamos, em artigo, que, embora fosse impossível prever quando, isso fatalmente ocorreria mais cedo ou mais tarde, e que esperávamos viver para vê-lo. 

É verdade, os políticos abusam, e o povo parece aceitar a inevitabilidade do poder avassalador do Estado, posto à disposição da minoria dominante. Esses abusos se sucedem incontáveis vezes, da mesma forma, sem que nada, visivelmente, aconteça. Não obstante, sem aviso prévio, o mesmo povo parece que se cansa das exorbitâncias e, subitamente, vira as costas para aquelas “autoridades” que, até então, parecia apoiar.

Como exemplos, usamos a Revolução Democrática de 31 de Março, a Redentora, que salvou o Brasil da ditadura comunista, e que, quem diria, é, hoje, satanizada e chamada de ditadura militar pelos mesmos terroristas que derrotou, e o presidente Collor, que tantas vezes apelou, com sucesso, aos seus “descamisados”, e viu-se abandonado, inesperadamente, quando, mais uma vez, pediu que usassem fitas verde-amarelas, como aprovação, e todos o repudiaram com fitas pretas. Quem poderia ter previsto esses desfechos?

Ainda estamos vivo e já vemos o Brasil dominado por manifestações de Norte a Sul e de Leste a Oeste, além das muitas ocorridas no exterior.

Um movimento desse porte dificilmente surgiria espontaneamente. É provável que tenha sido iniciado por organizações ou grupos adversos, nacionais ou estrangeiros, interessados em favorecer seus objetivos, contudo, parece que a criação atropelou o criador. Tornando-se autônoma, independente, passou a traduzir toda a frustração do povo brasileiro e fez coro com as estrondosas vaias dedicadas à presidente da República, no Estádio Mané Garrincha.

É o que dá corromper, desviar recursos públicos, ostentar e esbanjar, praticar “caridade” com o dinheiro alheio, desprestigiar e hostilizar os militares, constrangê-los ilegalmente com a comissão dita da verdade, comprar votos com “bolsa-isso” e “bolsa-aquilo”, enquanto esquece o povo e deixa de governar.

Há, portanto, um fortíssimo movimento pré-revolucionário, cujos resultados são imprevisíveis. Podem colocar-nos, novamente, no bom caminho, ou contribuir com o pretexto que falta para a consolidação final da ditadura no País, pelas mãos do próprio governo. Cabe às forças vivas da Nação, como as chamava um Presidente já falecido, apoiar o movimento e o conduzir para salvação, evitando o desastre certo, se viesse a ser controlado por ideologias radicais e sectárias.

E temos pouco tempo. É gigantesca capacidade de recuperação que têm, pois controlam os meios de comunicação, os institutos de pesquisa, e têm militantes infiltrados em todas as instituições, controlando-as, também. Além disso, vampiros já tentam reviver com o sangue do movimento. Quem viu o programa político do PMN e as inserções do PSB percebeu que tentam apresentar-se como porta-vozes das reivindicações difusas da maioria dos manifestantes. Por outro lado, alguns prefeitos apressaram-se em baixar alguns centavos nas passagens dos transportes urbanos, mostrando total falta de compreensão da gravidade da situação. E a presidente da república, rapidamente, reuniu-se com seu mentor e com seu marqueteiro, para preparar-se para o patético discurso eleitoreiro. “O Brasil saiu mais forte!”

Quem te viu, quem te vê...

A vocação ditatorial dos governantes, porém já se tornara evidente, pela forma violenta como foram reprimidas as manifestações, logo no início. Somente depois que elas cresceram e se tornaram incontroláveis, desistiram da repressão, que talvez precipitasse o fim do atual regime político, para encarar o movimento como “democrático”, e inibir a ação policial. As repressões mais violentas ocorreram no Rio Grande do sul, Estado cujo governo tem patrocinado os “escrachos”, assédio moral e violência de toda ordem contra militares idosos, que não têm nem os seus direitos fundamentais garantidos pelo Estado.

É impossível deixar de perceber as semelhanças do quadro atual com o que antecedeu a Revolução de 31 de Março: degradação dos serviços públicos, corrupção generalizada, caos político, subversão dos valores mais caros da Nação, falência das Instituições, sucessão de greves, desrespeito às Leis, à Constituição, à propriedade privada, e o povo nas ruas, bradando contra tudo isso, que acontece com o apoio do governo. 

Diferente, apenas, alguns focos isolados de violência, provavelmente, provocados por militantes radicais de esquerda, infiltrados para desacreditar os manifestantes. Em 1964 e nos anos que se seguiram, também foram eles que praticaram as violências de que, hoje, acusam os militares. É bom que experimentem um pouco do próprio terrorismo.

Lembramos, em vários artigos, a necessidade de estarmos preparados para o dia em que a Nação se revoltasse contra o governo. Infelizmente, penso que não estamos, ainda, mas precisamos começarmos a participar do jogo imediatamente.
Aceitar riscos é inerente à profissão do Militar.

O primeiro passo é esquecermos todas as bobagens ideológicas com que nos lavaram os cérebros e passarmos a interpretarmos os fatos como eles realmente são.
Sem isso, continuaremos omissos e seremos derrotados independentemente de quem venha a vencer a revolução que está em curso, nesta reedição da luta do bem contra o mal.


Luís Mauro Ferreira Gomes é Coronel-Aviador reformado.

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