sábado, 8 de junho de 2013

Retirada de campanha polêmica coloca ONGs contra Governo Federal


Rio de Janeiro, 5 jun (EFE).- A retirada de circulação de uma polêmica campanha para acabar com associação da prostituição ao HIV confrontou o governo e associações que lutam contra a Aids, que criticaram nesta quarta-feira a decisão do Ministério da Saúde.
A campanha, que começou a ser divulgada nas redes sociais no último fim de semana, mostrava a uma mulher dizendo "Sou feliz sendo prostituta", o que gerou queixas de grupos conservadores e religiosos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ordenou a retirada da campanha na terça-feira e destituiu seu responsável, o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, Dirceu Greco.
Os anúncios tinham como objetivo "opor-se ao estigma que associa a prostituição a Aids" e promover o uso de preservativos entre as profissionais do sexo, segundo um comunicado do departamento responsável pela peça.
Padilha se explicou hoje em uma rede social, na qual negou que a retirada da campanha se devesse a "pressões" externas e disse que "o único motivo" para sua retirada foi por não querer que o ministério seja associado a essa mensagem favorável à prostituição.
A decisão de Padilha não agradou várias ONGs que se dedicam à luta contra a Aids, que criticaram o ministério por seu "conservadorismo" e por sua "desastrosa gestão" do setor da saúde.
O Fórum ONG Aids do Rio de Janeiro, que reúne várias organizações do setor, afirmou nesta quarta-feira em comunicado que a destituição de Greco representa um "atropelo" e acusou o ministério de "manipular ideologicamente as ações de prevenção".
Na mesma linha, o Fórum de ONG Aids de São Paulo qualificou a decisão do ministério como "censura" e "ignorante" e acusou a pasta de "falta de compromisso com a saúde pública". EFE

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